Esquerda precisa ir para a ofensiva diante do impasse do governo

No último período se deu o agravamento da situação financeira do país, com um gasto gigantesco de dólares para conter o câmbio. É uma tentativa de contenção de uma crise que de forma nenhuma foi superada.

Existe da parte da burguesia uma preocupação grande com a situação, posto que tudo pode terminar em uma maior agitação social, em manifestações, protestos, etc. Nesse sentido, o governo golpista se utiliza das reservas cambiais para controlar a fuga de capitais.

O investimento dos principais setores capitalistas também caiu diante da crise. A alta da moeda estrangeira, do Dólar, leva a uma alta da inflação, e boa parte do material usado na área produtiva do Brasil vem do estrangeiro.

É um agravamento do ciclo recessivo de um modo geral. E tudo que a burguesia quer evitar é a recessão com inflação, o que seria o cenário mais catastrófico para a burguesia, para os golpistas.

Tudo mostra que o governo fracassou totalmente, pois o governo é fraco, não tem autoridade, não tem legitimidade; tem sérias dificuldades de impor uma determinada política, basta ver toda a dificuldade durante a greve dos caminhoneiros.

Por outro lado, a ala direita do golpe não consegue se livrar do governo e não consegue levar adiante a política dos golpistas. É um impasse total. Uma situação para ser aproveitada pela esquerda para organizar uma ofensiva, e o momento continua favorável para isso, também por isso a Conferência Nacional Aberta de Luta Contra o Golpe, que será realizada em julho, dias 21 e 22, com o objetivo de organizar essa ofensiva.