No “Roda Viva” acusam Manuela de ser “comunista” e candidata desmente

Manuela D’Ávila, candidata a presidência pelo PCdoB, foi entrevistada por um batalhão de coxinhas no programa da TV Cultura, Roda Viva, inclusive com a presença do assessor de Jair Bolsonaro, Frederico D’Ávila, que também é diretor da Sociedade Rural Brasileira, interrompendo a entrevista a todo momento para explicitar suas posições ignorantes.

Em meio aos ataques baratos dos entrevistadores, dignos de comentaristas boçais de internet, como “nazismo é de esquerda” ou “os direitos trabalhistas foram criados pelos fascistas”, Manuela até cumpriu o seu papel e rebateu estas idiotices como seria esperado.

A triste constatação é que, apesar do ataque feroz conta a candidata do PCdoB, ela fugiu do debate em várias oportunidades.

Um exemplo claro disso, e um ponto de confusão em quase toda a esquerda brasileira, é a questão da Venezuela. Ao ser perguntada sobre a questão do país vizinhop atacado pelo imperialismo, Manuela deu uma resposta vaga e fugiu do posicionamento acerca da questão, que deveria ser muito claro, já que se trata de uma clara agressão do imperialismo contra um país oprimido.

Para se esquivar de comentar a situação internacional, diante de questionamentos sobre China e Coreia do Norte, Manuela também se esquivou e disse que queria falar do Brasil, pois esse era o problema em questão, sem nem fazer menção de levantar a bola de que o Brasil também é vítima de uma política internacional imperialista e golpista, que procura trazer colocar toda a classe operária da América Latina de joelhos.

Aliás, um fato interessante é de que a candidata do PCdoB sequer pronunciou a palavra golpe durante a entrevista, ignorando sumariamente o “elefante na sala” da situação política nacional.

Ao ser “acusada” de ser comunista, Manuela também fugiu do debate e preferiu dar respostas vagas e evasivas, dizendo que o Brasil tem “construir seu próprio caminho”, rechaçando a alternativa comunista e revolucionária, entrando em franca contradição com o próprio nome do seu partido.

Apesar de ter sofrido com a postura machista e autoritária dos entrevistadores, a candidata perdeu uma oportunidade de ouro para esclarecer posições e, efetivamente, defender uma política de esquerda, confrontando os debiloides da extrema-direita em rede nacional.

No fim, a justificativa do PCdoB para lançar essa candidatura e não apoiar Lula, dizendo que seria para apresentar um programa diferente, com um novo tipo de esquerda, se mostra falsa, pois nenhum programa foi apresentado e Manuela não mostrou clareza política para responder nenhuma provocação direitista.