Enfrentando desmonte, Hospital Universitário adere à greve da USP

A greve na Universidade de São Paulo (USP), que teve inicio no dia 8 de junho, conta agora com a adesão dos funcionários do Hospital Universitário (HU), que paralisaram as atividades nesta segunda-feira (18). Os trabalhadores pedem verba para contratações, bem como para melhorias dentro do HU, além da política de permanência estudantil, 12,6% para reposição das perdas dos últimos anos e reajustes nos vales transporte alimentação.

Barbara Dellatorre, integrante do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade de São Paulo (Sintusp) afirma em nome do mesmo que o objetivo das paralisações dos funcionários é fazer com que o governador Márcio França (PSB) não vete os R$48 milhões que seriam destinados para contratação de novos funcionários, através de concursos. O projeto de lei para aplicar esses recursos dentro do HU já foi aprovado, no dia 13 de junho, na Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP) e espera sanção.

Ainda em 2017 foi aprovada uma emenda para que os royalties provenientes do petróleo e do gás natural no Estado de São Paulo fossem destinados ao pagamento dos inativos nas universidades estaduais. No caso da USP, tais recursos seriam destinados ao Hospital Universitário. Como forma de barrar a aplicação dos recursos e prolongar o processo, as verbas foram destinadas exclusivamente para necessidades de custo, e não com gasto de pessoal, impedindo novas contratações. Com esse desencontro de informações, a PL voltou para ser modificada pelo deputado Marco Vinholi (PSDB).

Diferente do previsto pela emenda, a USP utilizou quase R$21, de um total de R$48 milhões, para cobrir gastos com inativos e não com o Hospital Universitário, como era previsto. Tais dados foram debatidos em um encontro que reuniu os reitores das universidades estaduais de São Paulo.

A greve ainda não afetou o funcionamento para os pacientes, apesar das mudanças internas. Todavia os trabalhadores, e a população em geral, já sentem o reflexo dos problemas enfrentados pelo Hospital Universitário. A crise na instituição, que começou em 2013, já teve seu reflexo na perda de mais de 400 funcionários, além do fechamento dos prontos-socorros adulto e infantil.

Com a direita no poder, sucatear as estatais, para depois vendê-las a empresas estrangeiras é o objetivo. Assim cortam verbas para melhorias nos ambientes de trabalho, demitem funcionários, reduzem atendimentos médicos e tornam insustentáveis as condições de vida de toda a população. Nesse sentido é fundamental a luta contra o golpe e contra a série de retrocessos impostas pelos golpistas.