Em 4 de setembro de 1970, embaixador dos EUA Charles Elbrick é sequestrado para ser trocado por presos políticos da ditadura

No dia 4 de setembro de 1970 o embaixador norte-americano, Charles Elbrik, foi sequestrado por grupos de militantes guerrilheiros contra a ditadura militar no Brasil. A ação, organizada por guerrilheiros do Movimento Revolucionário 8 de outubro, o MR8, e da Ação Libertadora Nacional, a ALN, tinha como objetivo servir como um instrumento de troca do embaixador por presos políticos do regime militar.

Um dos principais articuladores da ação fora o jornalista Franklin Martins, então membro do MR8. Às 14:30 do dia 4 de setembro, no bairro de Humaitá no Rio de Janeiro, um Volksvagen pilotado pelos guerrilheiros emparelha com o Cadillac, no qual se encontrava o embaixador dos EUA. A ação levou apenas vinte minutos e o embaixador foi levado para uma casa no bairro do Rio Comprido. Uma carta de exigências foi deixada com  motorista do Cadillac, nela os militantes exigiam a libertação de 15 presos políticos da ditadura.

Com medo de que o embaixador fosse morto, a Junta Militar que comandava o país, acatou a exigência do grupo e libertou quinze presos políticos no dia 6 de setembro: Luís Travassos, José Dirceu e Vladimir Palmeira, líderes estudantis; José Ibrahim, líder sindical operário; Flávio Tavares, jornalista; Gregório Bezerra, dirigente do PCB em Pernambuco e um dos primeiros presos após o golpe militar; Onofre Pinto, dirigente da VPR e ex-militar; Ricardo Villas Boas, músico e integrante da Dissidência/MR-8; Ricardo Zaratini, engenheiro ligado a movimentos sindicais do Nordeste; Rolando Fratti, do PCB; Agonalto Pacheco, da ALN; Mário Zanconato, do COLINA; Ivens Marchetti, do MR-8; Leonardo Rocha, da ALN e a única mulher do grupo, Maria Augusta Carneiro, do MR-8 e da Dissidência. Todos os quinze foram mandados para o exílio no México.

O embaixador foi solto diante a libertação do grupo. O sequestro do embaixador Elbrick foi um dos marcos da luta armada contra o regime militar.