Em 10 anos assassinatos de negros cresceram 23%

Estudo publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) constata a ocorrência de 62.517 homicídios no Brasil em 2016 dos quais a maior parte das vítimas foram pretos e pardos e a maior parte destes ocorreu nos estados do Sergipe e Rio Grande do Norte. Houve um crescimento de 23% em 10 anos no número de vítimas negras e pardas. Com relação aos brancos, amarelos e indígenas houve um decréscimo de 6,8% no mesmo período. Quanto a mulheres negras o aumento foi de 71%. O documento no qual foram divulgados esses dados é intitulado “Atlas da Violência 2018” foi produzido pelo IPEA e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

O estudo constata ainda que entre os homicídios registrados de jovens a maioria são do sexo masculino. Dos óbitos registrados de homens entre 15 e 19 anos, 56,5% são decorrência de homicídios. Também foi constatado que um jovem negro corre um risco 2,7 vezes maior de ser vítima de homicídio do que um branco. Segundo Cristina Neme, pesquisadora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, é possível perceber que os estados que investiram em políticas públicas conseguiram diminuir os índices de assassinatos da juventude. No entanto, nos que não deram continuidade ou não implementaram nenhuma estratégia de combate a situação se agravou.

Embora os números do estudo divulgado pelo IPEA mostrem um quadro mais preciso do problema da violência e da desigulade racial o quadro é facilmente constatável por quem acompanha as notícias pelos meios de comunicação ou por uma simples caminhada pelas ruas das nossas cidades. A questão da violência nunca foi encarada de frente neste país. Nunca houve um enfrentamento real do crime organizado que é a fonte primária do crime a varejo. As ações das forças de segurança que são apresentadas como combate ao crime são na verdade razzias que tem como alvo a população pobre. As políticas sociais colocadas em prática durante os governos do PT embora hajam visivelmente mitigado o problema da pobreza extrema não deu a atenção questão da violência e continuou a aplicar as medidas puramente repressivas que sempre foram de praxe.

O estudo do IPEA abrange apenas os dez anos anteriores ao início do regime golpista. Suas políticas de choque que estão destruindo o país e seu caráter abertamente hostil ao povo trabalhador brasileiro já faz visível o aumento da violência e da pobreza. Uma explosão social é mais do que provável se o regime genocida ora instalado no país não for defenestrado com urgência.