Eleições: PSTU acha que a polícia assassina é “tão vítima” quanto seus assassinados

O PSTU é um partido verdadeiramente de dois “pesos e duas medidas”. Até um tempo atrás suas palavras de ordem eram “fora todos”, a denúncia de que “Dilma é corrupta” e a defesa da “justeza da prisão de Lula”.

Agora, em plena vigência do golpe, quando a o Exército ocupa o Rio de Janeiro, e com isso aumentou exponencialmente a violência policial contra a população pobre, negra e favelada dos morros, a sua candidata a presidência, Vera Lúcia, em campanha na capital do Estado, declarou que “É necessário olhar para os policiais com cuidado, eles são tão vítimas da violência quanto todos nós”.

Quer dizer, a Lula e vários dirigentes do PT perseguidos pela sanha golpista, com o propósito inequívoco de excluir a esquerda e em particular o maior líder popular do país, para avançar nas atrocidades que ja vêm fazendo ao povo brasileiro, nenhuma clemência. Para os assassinos da população pobre e negra da cidade, para os assassinos da vereadora Marielle, calada por denunciar os grupos paramilitares surgidos justamente das entranhas da polícia militar, que se formaram na cidade depois da ocupação do Exército, há condescendência ao equipará-los ao povo pobre vítima das suas barbáries.

O tratar como “vítimas” os policiais militares é uma consequência direta da política do PSTU em torno da abstrata proposta de “desmilitarização” da polícia, como solução do problema para o caráter de classe como um instrumento do aparelho estatal repressivo.

Não há meias medidas de combate ao aparato repressive do Estado. Apenas a luta da população pela dissolução da polícia militar e de todas os corpos repressivos é que será capaz de apontar a construção de um corpo de defesa da população sob controle dela mesma, única maneira de efetivamente garantir a segurança do povo pobre e trabalhador.