Eleição relâmpago: campanha nem começou e já está acabando

As eleições brasileiras sempre foram um verdadeiro jogo de cartas marcadas. Em 2018, entretanto, com a ameaça de que Lula seja eleito pelo povo por meio de uma intensa mobilização popular, o que os golpistas estão tentando evitar a todo custo, as regras eleitorais definidas pelo judiciário que persegue o principal candidato das eleições estão ainda mais ditatoriais que nas outras eleições.

Além de terem reduzido o tempo permitido de campanha eleitoral para 52 dias, tempo que em que não dá para fazer nenhum tipo de campanha efetiva dos candidatos pequenos, tornando visível apenas os candidatos da burguesia que controlam as máquinas eleitorais e são estimulados pela imprensa golpista, neste ano, várias regras foram criadas para impedir, na prática, que haja campanha eleitoral.

Citemos aqui algumas proibições na campanha eleitoral:

  • Os adesivos em carro só podem ser colados nas janelas, caso contrário não poderão ultrapassar meio metro quadrado, além de o dono do carro ter de provar que não recebeu dinheiro pra colar o adesivo. Uma medida que facilitará o assédio das autoridades às pessoas que colaram adesivos em seus carros.
  • Não será permitido pintar fachadas e muros com propaganda eleitoral, nem se for uma propriedade. Ou seja, a pessoa que apoia um candidato não poderá nem pintar o próprio de sua casa, que construiu.
  • Segundo o Estadão,”De maneira geral, as regras para as campanhas eleitorais em 2018 impedem a veiculação de propagandas em bens públicos e bens de uso comum (lojas, estádios e cinemas, por exemplo). Por conta disto, é proibido colocar cavaletes ou pendurar placas e faixas em locais como postes, semáforos, pontos de ônibus, viadutos e passarelas”. Isto é, a pessoa literalmente não poderá colocar faixas, colar adesivos, colocar cartazes etc. em locais onde se pode influenciar pessoas.
  • Os jornais impressos só poderão circular com no máximo 10 anúncios de propaganda eleitoral, e “Os anúncios nos jornais impressos devem ter o tamanho máximo de um oitavo da página de jornal padrão e de um quarto da página de revista ou tabloide” (Estadão). Dessa forma, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estabelece de volta a censura no país.
  • Os artistas também serão censurados. Não será permitido realizar showmícios em que se faça algum tipo de propaganda eleitoral. Uma coisa que vai dar as brechas para que as autoridades tenham o direito de reprimir shows em que se grite coisas como “Lula Livre” e coisas do tipo.
  • Também, em relação aos carros de som, instauraram um monte de regras para assediar as pessoas: “Para propaganda eleitoral, a circulação de carros de som (potência de até dez mil watts) e minitrios (potência de até 20 mil watts) é permitida até às 22 horas do dia que antecede a eleição em carreatas, passeatas, caminhadas, reuniões e comícios. A permissão para trios elétricos (potência de mais de 20 mil watts) é mais restrita: eles só podem ser utilizados para sonorizar comícios. As regras para as campanhas eleitorais em 2018 determinam ainda que o funcionamento de alto-falantes ou amplificadores de som aconteça entre às 8 e 22 horas. O uso é proibido a menos de 200 metros de escolas, bibliotecas públicas, igrejas, teatros, hospitais e das sedes dos poderes Executivo e Legislativo da União e dos Estados.” (Estadão)
  • Não bastasse isso, será proibido distribuir camisetas, chaveiros, bonés, canetas e assim por diante, coisas que são consideradas como “vantagens para o eleitor”. Pois como se sabe bem, compra-se votos distribuindo canetas e chaveiros…
  • Mas não acaba aí: “Nas propagandas eleitorais, não poderão ser usados efeitos especiais, montagens, trucagens, computação gráfica, edições e desenhos animados.” (G1, Globo)
  • “Permitidas bandeiras e mesas para distribuição de material, desde que não atrapalhem o trânsito e os pedestres. Bonecos e outdoors eletrônicos estão vetados” (G1, Globo). Obviamente, “não atrapalhar o trânsito dos pedestres” fica à mercê da polícia fascista que apoia o Bolsonaro e detesta esquerdista.

Assim continua uma série de leis que proíbem de fato que a pessoa realize campanha eleitoral, comprovando ainda mais o caráter reacionário de eleições realizadas sob um golpe de Estado, como se não bastasse que estivessem arbitrariamente tentando proibir que o principal candidato da população, Luiz Inácio Lula da Silva, participe das eleições. Os golpistas estão usando suas cartadas para garantir que as eleições não fujam do controle e que a popularidade de Lula não fique expressa nas urnas.