Recorrer e mobilizar nas ruas: com Lula, contra o golpe, até o fim

Por meio do candidato à vice-presidente da República, o Partido dos Trabalhadores (PT), após ouvir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, anunciou, na tarde desta segunda-feira (3), que vai entrar com recursos no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Comitê de Direitos Humanos da ONU para manter a candidatura que os golpistas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiram cassar, na última sexta-feira, dia 31.

A decisão de recorrer teria sido fechada durante visita de Haddad e da presidente do partido, a senadora Gleisi Hoffmann, ao ex-presidente na carceragem da Polícia Federal em Curitiba. Segundo o ex-prefeito de São Paulo,  Lula decidiu apresentar uma petição junto à Organização das Nações Unidas (ONU), requerendo que a entidade se posicione a respeito da liminar emitida pelo Comitê de Direitos Humanos, que determinava ao Brasil a manutenção da candidatura de Lula.

Por certo, a decisão de recorrer a todo tipo de instância em favor da candidatura de Lula e não aceitar as pressões, vindas, em primeiro lugar da direita golpista, para que o PT e esquerda em geral, desistam da candidatura que tem o apoio majoritário da população explorada, e adotem um “plano B”, é um acerto politico. Reafirma a posição já adotada pela direção do PT, da CUT, do MST, do PCO e de outros setores da esquerda (inclusive, dentro do PT e de sua coligação eleitoral) que se opõem à política de capitulação de setores da esquerda burguesa e pequeno burguesa que buscam chegar a um rápido acordo com os golpistas e virar a página do golpe.

É preciso ter claro, no entanto, que essa direita reacionária e golpista, que domina o judiciário e o conjunto do regime golpista, em favor dos interesses do imperialismo norte-americano, os verdadeiros donos do golpe, já deu inúmeras demonstrações de sua decisão de realizar eleições fraudulentas, sem a participação de Lula, único candidato capaz de unificar a esquerda e mobilizar amplas massas pela derrota do golpe de estado.

Como ficou claro no impeahment de Dilma, na aprovação das “reformas” escravocratas do governo Temer, na condenação e prisão de Lula, essa direita não pode ser derrotada por meio de recursos judiciais e ações parlamentares. É preciso derrotar o golpe nas ruas. Repetir e ampliar a iniciativa adotada pelos comitês de luta, pelas organizações de luta dos trabalhadores da cidade e do campo, dos movimentos populares etc. que levaram dezenas de milhares de pessoas à Brasília, no último dia 15, no ato de registro da candidatura de Lula.

É preciso ampliar essa mobilização realizar grandes manifestações em todas as capitas e convocar uma Marcha de 100 mil para ocupar Brasília para exigir a anulação da decisão ilegal do TSE e garantir a liberdade e a candidatura presidencial de Lula, como parte da luta para derrotar o golpe e revogar todas as suas medidas.