Doenças ocupacionais afastaram mais de 2.700 trabalhadores em Alagoas

Conforme dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), 2.706 trabalhadores foram afastados do trabalho por doenças ocupacionais, de janeiro a dezembro do ano passado, em Alagoas. Algumas doenças resultaram na licença trabalhista momentânea por vários dias e, em casos extremos, até meses.
De acordo com a assessora técnica do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), Maria do Socorro Marques Luz, a doença ocupacional é aquela em que o trabalhador ficou exposto a agentes nocivos para sua saúde, sem que houvesse a proteção necessária, ou ainda mesmo com a proteção. Ela salienta que o grau de exposição foi acima do tolerável por lei, em períodos longos, médios ou curtos e as que as doenças ocupacionais podem demorar anos para se manifestarem, mas, quando o fazem, a situação já está crítica.
Entre os muitos agravos que acometeram a saúde dos trabalhadores de Alagoas, destacaram-se os acidentes, provocados por lesão corporal ou perturbação funcional que causaram a morte, a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. Os acidentes de trabalho grave, que resultaram em mutilações ou que acometeram menores de 18 anos, lideraram a lista, com 978 notificações, no total.
A dermatite de contato, a lordose, os transtornos mentais e as Lesões por Esforços Repetitivos ou Distúrbios Osteomoleculares Relacionados ao Trabalho (LER/DORT) estiveram entre as principais doenças que acometeram os trabalhadores alagoanos em 2017.
No Brasil e, no ramo industrial, principalmente em frigoríficos, além dos acidentes, este é um dos principais motivos de afastamento.
Não existem por parte dos patrões nenhuma preocupação em melhorar as condições de trabalho e saúde dos trabalhadores, ao contrario, já está na conta que uma parcela dos trabalhadores venham a sofrer com isso e, como peças de troca, como se fossem uma máquina estragada, é colocado outro trabalhador no lugar. Como o objetivo é única e exclusivamente o lucro, os patrões não se importam nem um pouco com a fábrica de seres humanos inválidos, produzidos por ele mesmo.