Diante da crise do golpe, unificar a luta em torno da greve geral

O golpe de Estado no Brasil e sua política de devastação dos direitos da população começa a encontrar resistência de determinados setores da população, o que é um indício de um ascenso da mobilização popular contra os golpistas. A greve dos caminhoneiros, que colocou o governo golpista contra a parede é um indício desse fato. A política de privatização da Petrobrás, levada a cabo pelos golpistas, fez com que os preços dos combustíveis fossem regulados diretamente pelo mercado internacional, elevando o preço da gasolina e do diesel. A paralisação a nível nacional dos caminhoneiros colocou a política privatista do golpe na defensiva. Ao mesmo tempo, os petroleiros iniciaram uma greve em defesa da Petrobrás, a qual foi perseguida pelo Judiciário golpista.

As recentes pesquisas de intenções de votos revelam que Lula, mesmo preso, lidera com ampla margem em relação aos candidatos da direita. Uma expressão também do repúdio popular ao golpe e retirada completa dos direitos do povo. Nesse sentido, os golpistas e o próprio imperialismo não conseguem impor de maneira acabada o projeto de terra arrasada contra todo o povo brasileiro.

Uma das principais lições da greve dos caminhoneiros foi a demonstração, na prática, de que somente a mobilização popular pode levar a alguma vitória diante dos golpistas. Enquanto a maior parte da esquerda deposita suas fichas na via eleitoral e nas instituições, completamente controladas pelos golpistas, haja vista as multas impostas ilegalmente pelos juízes contra os sindicatos grevistas, os caminhoneiros paralisaram em todo o país e conseguiram desestabilizar completamente o governo e o golpe.

E necessário, portanto, impulsionar essa tendência à mobilização, materializá-la em uma greve geral de toda a classe trabalhadora brasileira que coloque em questão as privatizações, o ataque à CLT, a aposentadoria, a perseguição politica aos direitos do povo, a liberdade para o ex-presidente Lula e todos os presos políticos e a derrota do golpe de estado. A Central Única dos Trabalhadores, a CUT, e a única organização capaz de realizar essa mobilização e dirigi-la de maneira clara contra os golpistas.

Nesse viés, também ganha fundamental importância a realização da I Conferência Nacional dos Comitês de Luta Contra o Golpe que sera realizada em São Paulo nos 21 e 22 de julho próximo. A atividade reunirá ativistas, militantes e companheiros das mais diversas regiões do país e debatera e encaminhara um plano de lutas para a atual conjuntura politica. Um passo de suma importância na organização da greve geral e da luta que sera travada no próximo período.