Deputado do PSOL defende policial que assassinou negro na porta de uma escola

No último domingo, em que foi celebrado o dia das mães, uma policial militar foi homenageada por ter assassinado, a sangue frio, uma pessoa em frente à escola em que sua filha estuda. Embora o acontecimento já seja em si repugnante, causou muito espanto o fato de a homenagem ter vindo justamente de um governador do PSB, que é um partido que se considera “de esquerda”. No entanto, o PSB não foi o único partido autodeclarado de esquerda que aplaudiu o homicídio de mais um negro pela PM.

Em sua página no Facebook, o deputado estadual Edilson Silva fez a mesma coisa que o governador do PSB: defendeu e elogiou a PM que matou impiedosamente uma pessoa na frente de várias crianças. O que chama atenção é que Edilson Silva é do PSOL, um partido que, ridiculamente, se autodeclara “socialista”. Em m texto confuso, porém recheado de confusões, o deputado afirma que a policial apenas cumpriu seu trabalho e que resolveu a situação sem nenhum “dano colateral”.

Embora Edilson não faça uma defesa ferrenha do assassinato nem chegue ao cúmulo de dizer abertamente que “bandido bom é bandido morto”, o próprio fato de o deputado ter feito um texto falando que há a prerrogativa da “legítima defesa” e que a policial apenas cumpriu sua função demonstra claramente o interesse em combater os setores que denunciaram o significado real do acontecimento: mais um assassinato provocado pelo Estado burguês contra aqueles que não estão confirmados ao Regime Político.

A postura de Edilson, contudo, não causa grandes surpresas. Afinal, o PSOL é o partido que defende as UPPs no Rio de Janeiro e que considera os policiais como “trabalhadores”. O próprio Edilson, por sua vez, tem um histórico intimamente ligado à polícia. Sua campanha sensacionalista junto à imprensa burguesa foi corresponsável pela criação do BOPE em Pernambuco. Além disso, o deputado está depositando suas esperanças em se reeleger no somatório de seus votos com os de seu correligionário Áurio Cimeiros, que é nada menos que um policial civil.