Defender a Embraer é defender a indústria nacional

Há três dias, o Diário Causa Operária publicou uma matéria com o título “Não à privatização da Embraer!”. Também foi divulgado um card nas redes sociais com a mesma palavra de ordem. As duas publicações desse Diário tiveram uma grande repercussão, o que fez uma parte dos leitores questionarem se a empresa ainda é estatal.

Muitos tentaram explicar que a palavra de ordem estaria incorreta pois a Embraer já seria uma empresa privada. De fato, essa gigantesca empresa nacional é uma indústria de capital misto tendo como maiores acionistas a empresa norte-americana de investimentos, a Brandes (15% das ações), e a britânica Mondrian (10,12%).

Portanto, não é errado dizer que a Embraer não é mais uma empresa estatal. No entanto, esse fato de maneira nenhuma invalida a palavra de ordem contra a privatização. A empresa foi privatizada em 1994, no último ano do governo Itamar Franco, mas o governo brasileiro manteve uma ação fundamental na empresa, que é chamada “Golden Share”, que dá amplos poderes de vetar qualquer tipo de negociação que seja contrária aos interesses do Estado.

O que Michel Temer e Henrique Meirelles querem fazer é entregar esse mínimo que ainda resta de controle brasileiro para a norte-americana Boeing. É tarefa portanto daqueles que defendem a economia nacional exigir que seja desfeita a privatização da Embraer e que o que resta de controle brasileiro não seja entregue aos norte-americanos.

Os golpistas querem retomar a verdadeira política de devastação que foram os governos Collor, Itamar e FHC, mas dessa vez com ainda mais força. Toda a economia nacional será entregue aos capitalistas internacionais se não forem levantadas as palavras de ordem contra as privatizações, a restatização das empresas que já foram privatizadas, o que só será possível se o golpe e os golpistas forem derrotados.