Sem Lula é fraude: tem que ser candidato porque ele representa a luta contra o golpe

“Brigar até o fim”. Essas foram as palavras do candidato petista a presidência da república nas eleições gerais de 2018, em sua Carta, no dia do registro de sua candidatura, 15 de agosto. Luis Inácio Lula da Silva, Lula, que lídera isolado a pesquisa eleitoral e, indubitavelmente, um dos personagens políticos mais conhecidos e influente em todo o mundo, tem razão: é preciso levar a luta contra o golpe, contra a fraude nas eleições até o fim.

Lula encontra-se neste momento na condição de preso político do imperialismo e do regime golpista brasileiro, encarcerado na sede da Polícia Federal em Curitiba. São quase 140 dias de cárcere em cumprimento a uma sentença escandalosamente arbitrária, fraudulenta e inconstitucional, contestada em seus aspectos essenciais pelos mais conceituados juristas nacionais e também internacionais.

O candidato petista aparece neste momento como o elemento central na crise do regime político burguês golpista, que busca nas eleições a legitimação do golpe de estado contra o governo eleito em 2014 e deposto de forma totalmente ilegal e fraudulenta em 2016. A última pesquisa eleitoral de três institutos divulgada esta semana coloca o ex-presidente como o franco favorito ao pleito presidencial que se avizinha, onde figura em primeiro lugar, com percentuais de intenção de voto que chegam aos 40% do eleitorado nacional, números que o colocam como vencedor ao cargo máximo do país ainda no primeiro turno.

No último dia 15, Lula teve sua candidatura registrada no Tribunal Superior Eleitoral, embora a homologação do seu direito a figurar na urna eleitoral esteja sendo contestada pelos elementos mais direitistas e pelas instituições golpistas (PGR) do regime. O imperialismo, os golpistas e a direita nacional em seu conjunto estão amedrontados com o crescimento vertiginoso, em todo o país, da candidatura da liderança operária e popular, buscando, de todas as formas, excluir Lula da eleição.

No entanto, não é somente no campo oposto que Lula enfrenta uma cerrada oposição à sua candidatura. No interior do seu próprio partido, o PT, os porta-vozes do “Plano B” vociferam contra a sua candidatura. Defendem abertamente o abandono do ex-presidente, apostando em um suposto “pragmatismo” político eleitoral.  Ou seja, mesmo ainda não tendo sido esgotadas todas as possibilidades de defesa jurídica e do posicionamento definitivo da justiça eleitoral em relação à candidatura do ex-presidente, as vozes antilulistas do PT estão exercendo uma enorme pressão para o partido assumir imediatamente o “Plano B”, expresso hoje na candidatura do ex-prefeito paulistano Fernando Haddad e descartar a candidatura do ex-presidente.

O golpe não será derrotado por eleições fraudulentas que a direita que realizar em outubro. As eleições estão se dando num quadro não só de profunda crise do regime, mas diante de uma das mais evidentes e grotescas manipulações levadas adiante pela  da burguesia e o conjunto das forças políticas reacionárias que controlam o regime político (sistema financeiro, imprensa golpista, grandes grupos econômicos, etc). A única possibilidade  real e concreta de enfrentar os golpistas, suas candidaturas e seus partidos é através da mais ampla mobilização das massas populares, afirmando a candidatura daquele que representa hoje o anseio de milhões de brasileiros que desejam varrer o regime golpista de opressão e miséria.