Diversos setores da esquerda nacional, em especial o PC do B, adoram falar de “unidade da esquerda”. Contudo, o único momento em que é possível ver esses setores atuando de maneira “unitária” é quando se unificam com a direita,. Dentre tantos outros, foi o caso da “unidade” em torno da eleição de Rodrigo Maia para a Presidência da Câmara e, agora, no caso da candidatura do abutre Ciro Gomes.
No futebol, infelizmente, essa “unidade”, não é diferente.
A direita nunca gostou de futebol, muito menos do futebol brasileiro, que é a expressão máxima da luta dos trabalhadores no esporte. Com ídolos negros e derrotando os times dos países imperialistas, a seleção brasileira é uma enorme pedra na chuteira dos “donos do mundo”.
Os Estados Unidos, por exemplo, ja ameaçaram invadir a Coreia do Norte e a Venezuela dezenas de vezes nesse ano. Tamanha barbárie é justificada pela direita como uma necessária intervenção de caráter “democrático”. Isto é, as ameaças do imperialismo americano de destituir um governo eleito e assassinar milhares de civis seriam justificáveis porque os Estados Unidos seriam os grandes salvadores da humanidade, os “superiores” capazes de determinar o que é melhor para o mundo, a partir dos interesses que eles representam.
Os dribles de Pelé, Garrincha e tantos outros brasileiros, no entanto, desmoralizaram totalmente a suposta superioridade americana.
Na Copa do Mundo de 2018, o alvo principal da investida da direita contra a seleção canarinho tem sido o atacante Neymar. Revelado pelo Santos, Neymar vem encantando todos – inclusive os europeus – com seus dribles desconcertantes há vários anos. Por isso, uma enorme campanha da imprensa burguesa, que encontra ressonância na esquerda pequeno-burguesa, vem tentando difamar o craque brasileiro.
A campanha contra Neymar abarca todo tipo de coisa: desde acusações de sonegação fiscal até acusações de cair muito em campo. No entanto, ninguém dirige as mesmas acusações – por exemplo – ao europeu Cristiano Ronaldo, que recentemente aceitou pena de dois anos de prisão por sonegação de impostos na Espanha e se propôs a “pagar 83 milhões de reais para fechar o processo por crime fiscal”.
Tal conduta, evidencia o caráter capacho e pró-imperialista da venal imprensa burguesa “nacional”, acompanhada “unitariamente” por setores da esquerda burguesa e pequeno burguesa.
No caso de Neymar, no site ligado ao PCdoB, por exemplo, a pode-se ver parcela das críticas metralhadas pelos “analistas” da direita de que “Neymar também precisa absorver melhor a sua dimensão, evitando desabafos carregados nas redes sociais, como se o mundo todo conspirasse contra o craque da Seleção”.
Não o “mundo” não conspira contra Neymar, nem contra o Brasil e seu escrete. Mas só os defensores da unidade com a direita não vêm (e nem querem) que o imperialismo atua por todos os meios, inclusive no futebol, contra o povo brasileiro (e todos os países atrasados) seus interesses e paíxões.