Com fim do Foro, Beto Richa será julgado na cidade que sua família controla há décadas

Ao contrário do que acreditou parte da esquerda pequena-burguesa, guiada pela campanha da burguesia golpista, o fim do Foro Privilegiado não acabou com os “privilégios dos políticos”. Essa campanha faz parte da campanha contra a corrupção impulsionada pela burguesia, que foi o que permitiu um vale-tudo da direita contra toda a população e todo um setor político de cujos interesses políticos divergiam, expresso sobretudo na perseguição ditatorial feita pela Operação Lava-Jato contra o Partido dos Trabalhadores (PT).

Dessa maneira, já estava claro desde o início que a imensa campanha da imprensa golpista pelo fim do Foro Privilegiado seria apenas uma maneira de perseguir mais facilmente políticos de esquerda, enquanto a burguesia teria seus funcionários do congresso nacional “julgados”, se é que podemos usar essa palavra, por juízes amigos, como o Sérgio Moro, que não colocou nenhum tucano do PSDB na cadeia, mas participou de jantares financiados por grandes empresários, como João Dória, ex-prefeito da cidade de São Paulo.

Foi o que ficou demonstrado com o caso Aécio Neves (PSDB-MG), que foi mandado para justiça de Minas Gerais, onde ele exerce uma influência muito grande dentro do aparato político. Também, é o que está acontecendo com o atual governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), que está sendo acusado de ter desviado 100 mil reais das verbas da saúde para reformar unidades quando era prefeito de Curitiba.

O Governador foi enviado para justiça de Curitiba, onde ele e sua família controlam há anos, sendo filho de José Richa, influente político burguês do Paraná que já foi governador do estado, e estando casado com uma família de pecuaristas, banqueiros e outros políticos burgueses do Estado.

Fica muito claro o objetivo real do fim do Foro Privilegiado. Não era acabar com a corrupção, como alguns diziam, mas permitir que os políticos de esquerda sejam tratados com o mesmo descaso que Lula, preso por um juiz de primeira instância sem ter cometido crime, enquanto os políticos de direita são tratados como compadres. Era de se esperar…