Os candidatos do PCO não são de papelão

Nessa semana, a candidata do Partido da Causa Operária, ao governo do Paraná, Priscila Ebara, foi atacada por uma horda de coxinhas nas redes sociais, num vídeo da entrevista que concedera a um canal de televisão do Paraná. Os coxinhas acusam-na de ter se atrapalhado no final da entrevista ao cumprimentar o entrevistador ainda ao vivo, antes que se encerrasse o programa.

Este fato virou motivo de chacota da imagem da candidata na internet por meio até mesmo da imprensa burguesa.

O fato é que o vídeo em questão não tem nada que justifique o ataque. É um ataque político disfarçado de crítica a um suposto despreparo da candidata. Priscila Ebara foi atacada porque defendeu a luta contra o golpe, denunciou a farsa das eleições e também porque defendeu a liberdade de Lula. Estes são os reais motivos do ataque. A acusação de um suposto despreparo da candidata revela que, para a direita, os candidatos tem que ser absolutamente artificiais, robóticos, declamadores de frases feitas que não querem dizer nada. Verdadeiros candidatos de papelão, como o próprio Aécio Neves (PSDB) utilizou nas últimas eleições presidenciais. A respeito deste aspecto vale aqui algumas observações.

A cada dois anos há eleições no Brasil e neste período é como se seres de outro planeta pousassem na Terra para participar do pleito eleitoral.

Algumas figuras do meio político ficam praticamente desaparecidas no período pré-eleitoral, não aparecem em eventos, não dão declarações, opiniões, nada.

Este é o modus operandi dos partidos burgueses que existem no Brasil. Na verdade não podem ser chamados de partidos políticos que defendem ideais e propostas para a população brasileira. Estes partidos, grandes ou pequenos, são verdadeiros empreendimentos comerciais que colocam seus candidatos, ou –melhor dizendo – funcionários, a venda. Para oferecer lealdade para quem pagar melhor pelos serviços prestados na administração pública.

Os “quadros” desses partidos burgueses são os mais falsos e ignorantes que se pode imaginar. Basta ver o nível intelectual dos candidatos à presidência da República que estão concorrendo este ano. Apesar de campanhas milionárias e equipe de assessores que, em tese, preparam estes candidatos para se comportarem durante as eleições, parece que nada é feito. São candidatos completamente artificiais, que tentam apresentar propostas decoradas, se comportarem como sérios e até mesmo inteligentes (!!!), mas demonstram uma debilidade cognitiva de dar inveja ao Bolsonaro (ops! ele é um dos candidatos).

São figuras que, em sua maioria, tem de origem na burguesia, alguns até na alta burguesia, como é o caso de João Doria. São empresários, políticos profissionais, banqueiros ou simplesmente “filhinhos de papai” que se quer tem ou teve algum contato com a população trabalhadora.

O PCO, por outro lado lança candidatos de carne e osso, trabalhadores, estudantes, integrantes de movimentos sociais, legítimos representantes do povo. Pessoas que militam, que discutem política, que atuam em algum movimento, seja na universidade, numa associação de bairro, num sindicato, ou seja, estão em contato com a população no dia a dia e não aparecem somente durante as eleições.

A espontaneidade e até uma certa ingenuidade da candidata Priscila Ebara, vista no vídeo chama a atenção, pois destoa da mediocridade e imagem empostada e robótica dos candidatos da burguesia. O que incomoda a direita golpista ao ver os candidatos do PCO é na verdade a política do partido, e não esse suposto despreparo. É a defesa do Lula, a denúncia sistemática do golpe de estado e o fato dos candidatos do PCO não fingirem que as eleições são democráticas e que todos tem chances iguais de ganhar, mas a denúncia da farsa eleitoral, da restrição imposta pelo TSE da propaganda eleitoral, da cobertura antidemocrática da imprensa burguesa, do verdadeiro jogo de cartas marcadas que é as eleições.

O que incomoda os coxinhas e a imprensa golpista é que os candidatos do PCO não fingem ser quem não são. Não se fantasiam de trabalhador, não fingem gostar de café e de pastel, não beijam a própria mão, não dão sorriso falso, não fazem promessas, não aceitam as eleições como se fossem democráticas. Em suma, não são candidatos de papelão.