Ciro perdeu o leilão: “centrão” apoiará Alckmin

Os rumores apontados acabaram por se confirmar e o “centrão” – que nada tem de politicamente moderado, como se pode equivocadamente supor pelo nome – resolveu que não vale a pena arriscar o apoio a Ciro Gomes (PDT).  Segundo veiculado por diversos canais da imprensa burguesa, o ex-governador do Estado de São Paulo Geraldo Alckmin, ungido como monarca vitalício do PSDB em São Paulo, esteve reunido com líderes de outros partidos responsáveis pelo golpe de 2016 para acertar os termos das alianças, o que será, em breve, confirmado nas convenções partidárias. Os partidos envolvidos são o Solidariedade, o Democratas, o PP, o PR e o PRB.

Além de servir como prova cabal de que o núcleo duro do golpe não orbita e nunca orbitou ao entorno do PMDB, mas sim do PSDB, a reunião sacramentou duas exclusões que já estavam previstas: a de Ciro Gomes e a de Bolsonaro.

Ciro, que buscou usar uma capa de centro-esquerdista, mas considerou ter Benjamin Steinbruch como vice, chegando a flertar com o DEM do escravocrata Ronaldo Caiado, volta com o rabo entre as pernas para a esquerda. Contudo, quase a totalidade daqueles que veem a eleição como uma forma de lutar contra o golpe já deixaram de crer na candidatura de Ciro como uma possibilidade.

Outro fato que as movimentações golpistas denotam é que a burguesia brasileira não erigirá um dos seus para servir de Emmanuel Macron . O escolhido para dar continuidade ao desmonte da soberania nacional e das condições de vida dos trabalhadores é um tucano já bastante desgastado, atingido (embora de leve) pela campanha burguesa contra a corrupção e bastante detestado por todos aqueles que o conhecem.

O governador que autorizou a entrega de água de esgoto para os paulistas beberem e mandou bater em manifestante com uma truculência medieval, agora é escolhido como presidenciável do “centrão”. Por isso, tudo indica que os golpistas já tem como certo que o preso político e pré-candidato Lula, preferido pelos brasileiros por aglutinar as esperanças de fazer recuar o golpe, permanecerá fora das eleições. Só dessa forma se justifica a indicação de um candidato tão impopular quanto Alckmin. Não está previsto no roteiro do golpe um enfrentamento direto entre o picolé de chuchu e o presidente mais popular da história recente do país.

Por isso, mais do que nunca, é importante a união das forças progressistas para impor essa derrota aos partidos do golpe. É hora de exigir, como nunca e de todas as formas possíveis, a liberdade de Lula e sua participação no processo eleitoral. É esse o maior temor do imperialismo e de seus lacaios nacionais, por isso, é essa a estratégia mais acertada a seguir.