Ciro defende o Judiciário golpista que condenou Lula sem provas

Ciro Gomes, o político burguês que vestiu-se de esquerdista para confundir o povo, tem abandonado as posições ambíguas. Depois de passar meses sinalizando defender Lula, garantindo que engendraria – inclusive – um plano para tirar o ex-presidente do país, caso a prisão ilegal fosse decretada, o ex-governador tucano começou a abrandar seu discurso. Em uma sequência de fatos incompatíveis com quem se diz um democrata contrário ao golpe de Estado, Ciro Gomes chegou a considerar Lula indefensável depois da delação ilegal feita por Antônio Palocci.

Agora, dobrando-se mais uma vez para a justiça persecutória que fingia combater, Ciro disse, em sua conta oficial do Facebook, que torcia pela não condenação de Lula em segunda instância, mas que considera irreal supor que exista uma conspiração do judiciário para sabotar o ex-presidente, consequentemente, a retomada do poder por setores contrários aos intentos neoliberais.

Quem “torce” por Lula, seja por afinidade ou por estratégia política – isto é, por entender que ao entorno do ex-presidente aglutina-se a parte prática da luta contra o golpe – automaticamente reconhece que há uma conspiração para detê-lo. Sem a certeza de que o judiciário é golpista (aberta e profundamente golpista), “torcer” por Lula se torna algo absolutamente inócuo. A única forma real de manifestar apoio ao ex-presidente é contrapondo-se a toda a investida imperialista contra os países da América-Latina, inclusive denunciando a corrupção do judiciário brasileiro, que milita dia e noite para facilitar a entrega dos bens e das lideranças políticas nacionais aos estrangeiros.

Disto tudo resta uma verdade: Ciro Gomes nunca torceu por Lula senão com interesses eleitoreiros. O candidato apresentado pela imprensa burguesa como uma consciente e moderada alternativa de esquerda torce apenas para que a figura de Lula imploda de forma controlada, deixando seu eleitorado e a própria luta contra o golpe à mercê dos oportunistas.