Cinismo: general que defende fichamento da população na favela diz que o povo sofre por falta de “direito de ir vir”

Num verdadeiro show de cinismo, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen, disse que os “mais vulneráveis” estão sendo esquecidos e excluídos do debate sobre a segurança pública. A declaração foi feita numa sessão no Senado Federal, ao que o General golpista acrescentou que as “populações invisíveis” perdem seu “direito de ir e vir” para o crime organizado.

Devemos lembrar que o general Etchegoyen é uma peça-chave do avanço do golpe militar, tendo sido ele a figura mais influente da intervenção militar do Rio de Janeiro. Com a intervenção na capital fluminense, a população das favelas está sendo submetida a verdadeiras operações de tipo ditatorial, como vimos, por exemplo, com o fichamento dos moradores do morro e dos mandados de busca e apreensão coletivas. Outra cena emblemática são as vistorias feitas pelos militares nas mochilas escolares das crianças, em porta de escola.

Nesse cenário, em que as Forças Armadas são colocadas para reprimir duramente a população pobre da cidade, o general Etchegoyen diz que a população está vulnerável aos perigos do crime organizado, sugerindo, então, que existe uma espécie de clamor popular pela intervenção militar. Além de expressar o mais completo cinismo, visto que os militares é que estão reprimindo o povo pobre, essa é uma ideia absolutamente falsa. O povo trabalhador do Rio de Janeiro é totalmente contra a intervenção na cidade.

Dessa maneira, fazemos um chamado a todas as organizações populares e democráticas a entrar na mobilização contra o golpe de Estado, que está caminhando para uma forma militar. É preciso denunciar os golpistas, mobilizar-se contra a prisão do Lula e contra a intervenção no Rio de Janeiro.