Ceará caminha para estado de exceção

A intervenção militar no Ceará na prática já começou, mesmo sem a presença do exército, com a PM que está nas ruas promovendo o terror sobre a população.

A Polícia Militar estabeleceu um verdadeiro estado de sítio, em especial na capital, onde tem parados os carros e os ônibus e obrigado os trabalhadores a descer, cortando toda a sua privacidade ao terem o carro, as mochilas, sua vida pessoal vasculhada, apenas por serem pobres.

Como todo estado de sítio, há também um toque de recolher. Ou seja, em na rua as pessoas tem mais o direito de ficar, pois a PM está obrigando a população a ir para casa e desocupar as ruas. Adolescentes e jovens não podem andar mais em grupo e ficar conversando nas esquinas, nem nas pracinhas, sendo obrigados a ficar confinados em suas minúsculas residências.

As condições para a intervenção militar estão sendo criadas no Ceará. A propaganda da “onda de crimes”, como no Rio, é apenas um pretexto, pura propaganda.

Michel Temer declarou que a intervenção “federal” no Ceará estaria descartada. Não é possível acreditar em meras declarações. Até porque um suposto aumento da violência pode servir como justificativa para tal intervenção, com Temer dizendo que não pretendia intervir, mas que foi obrigado e coisas do gênero.

O fato é que a polícia militar já está preparando o terreno para o exército, caso esse intervenha. Já transformou o Ceará em um estado de exceção, aumentando a repressão sobre os trabalhadores, assim como no Rio de Janeiro. Esse estado de coisas é o que os golpistas e os militares querem impor no país inteiro.

Esses fatos somados aos ataques à caravana de Lula, ao assassinato de Marielle e à repressão a assembleias sindicais, como aconteceu essa semana em São José dos Campos, mostram para onde caminha o golpe; para um fechamento do regime político, com intensa repressão política ao estilo da ditadura militar.