Campanha golpista “contra a corrupção” também na Guatemala

Na última terça, 13/02, o ex-presidente gualtemateco Álvaro Colom Caballeros foi preso, juntamente com diversos dos seus ex-ministros, sob a acusação de fraude e desvio de cerca de 35 milhões de dólares do sistema de transporte público do país.

Caballeros governou a Guatemala entre 2008 e 2012 e é membro da Unidade Nacional da Esperança, partido de centro-esquerda.

Embora as informações sobre o que está ocorrendo naquele país ainda sejam obscuras, o fato objetivo é o de que a “campanha contra a corrupção” tem sido o carro-chefe do imperialismo norte-americano para intervir diretamente em praticamente todos os países da América Latina e, nesse sentido, trata-se de mais um capítulo do avanço dessa política golpista para a região.

As denúncias de corrupção contra os governantes não são novas. O sucessor de Caballeros, Otto Perez Molina e sua vice-presidente, renunciaram em 2015, um em seguida ao outro em sob essa acusação

O atual presidente vinculado ao partido de direita, Frente de Convergência Nacional, Jimmy Morales, um comediante de TV, foi eleito em 2016, tendo como bandeira a “renovação na política” a “moralidade” e o “combate à corrupção”, chavões bem conhecidos de todo político cafajeste e de direita. Mal passados dois anos, o seu governo também é alvo de denúncias de corrupção e o país está assolado numa profunda crise política e econômica.

A Guatemala é a principal economia da América Central e tem os EUA como principal mercado importador de suas commodities. Está em aberto se a política do imperialismo passa por sustentar o atual governo de direita e perseguir os opositores à sua política de rapina, mantendo uma aparência de democracia, ou se imporá a sua política através de um golpe de Estado aberto, inclusive com a possibilidade de um golpe diretamente militar.