Briga na GloboNews: Miriam Leitão discute com economista sob a tensão da crise do golpe

O colunista Ricardo Feltrin do UOL relatou uma intensa discussão na reunião da equipe de jornalismo da GloboNews, ocorrida nesta quarta-feira (11). Houve momentos de tensão, críticas pessoais e expressões de frustração. O encontro visava discutir a formação do novo núcleo (editoria) de economia na emissora noticiosa da Globosat.

A jornalista veterana Miriam Leitão censurou alguns colegas “economistas” e acadêmicos que, segundo ela, têm ocupado espaço demais na emissora com o que considera pautas banais do tipo “seu bolso” e “seu dinheiro”. Ela insinuou que sua forma de apresentar e discutir economia é mais didática e superior à dos economistas e acadêmicos da casa.

O alvo da Miriam, 65 anos, era a equipe do “Conta Corrente”, programa que será extinto, mas cuja equipe se tornou a base do novo “telejornalzão” de três horas que a GloboNews vai estrear no final do mês. Durante a reunião o economista Samy Dana, 39 anos, foi criticado abertamente por dar “ideias demais” na reunião.

Miriam manifestou seu descontentamento através de um exemplo. “Se a (produção da) indústria cai 10% e depois sobe 10%, ela volta a ser o que era. Precisa mostrar o histórico e mostrar que nada mudou”, disse a jornalista. O que a irritou foi que Samy, que é PhD em economia, a corrigiu: “Se você perde 20% de R$ 100, você passa a ter R$ 80. Se se depois ganhar 20%, você não terá novamente seus R$ 100, e sim R$ 96. Ou seja, terá 4% a menos”.

Obviamente, essa briga não se deve apenas a um mal entendido acerca de matemática, mas expressa o alto grau de tensão a que estão submetidos os jornalistas de economia da Globo News. Como se sabe, a televisão atravessa uma enorme crise devido ao crescimento de mídias alternativas, a internet, o que impulsiona as redações da grande imprensa televisiva a jogar cada vez mais sujo, a simplesmente vender seus conteúdos para quem puder pagar mais, em detrimento da busca honesta da verdade e do esclarecimento efetivo da opinião pública.