Aviso ao navegantes desnorteados: Ciro Gomes apoia a intervenção militar no RJ

O político burguês Ciro Gomes, tradicional político do Ceará, onde ele e sua família detém boa parte das propriedades da cidade de Sobral, tenta se apresentar neste últimos anos de golpe de estado (impeachment de Dilma Rousseff), como progressista, democrata e anti-imperialista.

Essa propaganda enganosa convenceu muitos desavisados na esquerda e desconhecedores da sua trajetória política burguesa.

Os últimos acontecimentos políticos no país que obrigou Ciro Gomes se posicionar publicamente, como a condenação de Lula pelo TRF4  e a intervenção militar no Rio de Janeiro, abriu o olho de muitos iludidos com o discurso demagógico de Ciro, que o achava aliado na luta contra os golpistas.

Na questão da condenação arbitrária de Lula pela operação golpista da “Lava Jato”, uma perseguição política, Ciro afirmou que a “justiça” está cumprindo seu papel institucional, e que portanto o povo deve respeitar suas decisões, ou seja, Lula e a esquerda deve entregar Lula de bandeja aos leões, sem nem mesmo contestar todas as arbitrariedades do farsesco processo persecutório a maior representação popular do país.

Mas na questão da intervenção militar no Rio de Janeiro, justamente quando várias comunidades populares (Rocinha, Maré, Morro de Santa Tereza etc) anunciarão que vão reagir a prisão de Lula, Ciro Gomes deixou cair de vez sua máscara de democrata.

Ciro elogiou o general interventor, Walter Braga Neto, dizendo ser “sério, competente e de elevado espírito público”, dizendo que o povo deve apoiar, apesar de que a intervenção não irá combater nenhuma violência social, a não ser intimidar o povo na reação ao regime político atual (golpe).

No entanto, para os navegantes desnorteados, que ainda não conseguiram, diante de tantas evidências, enxergar o burguês golpista dentro do farsesco “nacionalista” Ciro Gomes, é preciso acrescentar seu passado nesse contexto atual.

Ciro Gomes é filho de um político da Arena, que foi prefeito de Sobral pelo partido da ditadura militar. Através da influência do pai, em 1982 Ciro foi eleito deputado estadual pelo PDS (partido vindo da Arena), em 1988 virou prefeito de Fortaleza pelo PMDB do Sarney;

Em 1990 e transforma em governador do Ceará pelo PSDB, partido do imperialismo no país;

Em 1994 se transforma em Ministro da Fazenda e defensor do Plano real (plano econômico dos liberais que congelaram os salários no país, levando a classe operária a um empobrecimento de grandes proporções.

Em 2002, sem espaço no PSDB para alçar suas pretensões presidenciais, sai do PSDB e compra a legenda do PPS para se candidatar a Presidente da República.

No entanto, com o acordo do PSDB com o PPS, principalmente em SP (no governo de Geraldo Alckmin), Ciro novamente tem seus objetivos presidenciais bloqueados, e aproveitando a morte de Leonel Brizola, principal liderança do PDT, investe seu capital no controle desse partido, no qual se apresenta novamente para burguesia como candidato a administrar o país e os negócios burgueses, em seu principal cargo, o de presidente da república.

É por isso que as declarações de Ciro contra Lula e em defesa do exército nacional e suas intervenções militares não possuem nada de anormal, respondem a obediência canil de um político burguês tradicional, que quer o consentimento dos donos do golpe para presidir o país, a serviço de seus interesses e contra o povo brasileiro.