Assim são as “eleições” depois do golpe: governo do Egito organiza votação para dar vitória a al-Sisi

No Egito, foram realizadas eleições que terminaram nesta quarta-feira (28). As eleições no país servem de exemplo para o Brasil. No país árabe, que após um grande período de revolta em 2011, sofreu um golpe militar em 2013, as eleições presidenciais estão sendo claramente truncadas para dar vitória à Abdel Fatah al-Sissi, atual presidente do país e chefe das forças armadas.

O único concorrente permitido pela ditadura contra al-Sissi é um tal de Musa Mostafa Musa, partidário do regime militar, e desconhecido por toda a população egípcia. Além disso, o resultado só deve ser anunciado no dia 2 de abril, isto é, cinco dias depois da última votação, o que deixa uma margem de tempo para corrigir os resultados caso algo dê errado- o que não deve ser o caso, já que as próprias eleições, onde al-Sissi é o único possível vitorioso, apenas servem para dar um ar de democracia ao regime golpista do Egito.

As eleições trucadas após golpes de Estado parecem ser uma lei da política. Não falta exemplos, como no caso das últimas eleições municipais do Brasil em 2016, as recentes eleições egípcias e as últimas eleições presidências em Honduras, onde a fraude ficou tão explícita que o povo saiu às ruas e o governo precisou usar as Forças Armadas para reprimi-los.

Portanto, isso indica que a população brasileira não deve esperar muito das eleições que aí vêm (ou não). Os golpistas só podem ser derrotados através de uma mobilização das massas nas ruas contra a direita e o fascismo. Mesmo as eleições e a vitória de Lula dependem deste fator, portanto, não tem pra onde correr, é necessário colocar todos os trabalhadores nas ruas.