Após quatro anos, 17 PMs são indiciados por assassinato de garoto de 16 anos em cerimônia de “batismo”

No dia 24 de outubro de 2014, Davi Fiuza,de 16 anos, foi abordado por 19 policiais militares no bairro de São Cristóvão, na capital Salvador. Após a abordagem, Davi Fiuza desapareceu e testemunhas relatam que o garoto foi encapuzado, teve os pés e mãos amarrados, torturado e assassinado, e seu corpo não foi encontrado desde então.

Em 2016, a mãe de Davi, Rute Fiuza declarou que o filho foi vítima de “um batismo de 19 policiais militares que estavam se formando soldados na Bahia”. A declaração vai de encontro com o resultado das investigações, que aponta que os indiciados, são dois tenentes, dois são sargentos e os 14 eram alunos da Polícia Militar na época do crime.

Esse é mais um dos inúmeros casos de morte de moradores negros e pobres que ocorrem em todo o país, mas em particular no estado da Bahia. No ultimo período está sendo verificado um aumento dos casos de assassinatos nos bairros pobres, inclusive com vítimas que nunca tiveram passagem pela polícia.

A mãe de Davi, Rute Fiuza, deixa claro qual é o papel da PM quando afirma que “esses alunos foram fazer a lição de casa, [sargentos e tenentes] foram ensinar a matéria para eles e meu filho que foi o escolhido”. Tem que ficar claro que a PM é treinada para atacar e reprimir a população pobre e trabalhadora e esse caso deixa bem claro essa afirmação, ou seja, já são treinados para reprimir e matar a população negra, pobre e trabalhadora das periferias.

Por isso, é preciso exigir a extinção da Polícia Militar e não a sua desmilitarização, pois cumpriria o mesmo papel com uma cobertura demagógica.