Antigo SNI e militares estão organizando espionagem e repressão ao ato

Mais um dia, e mais um ato completamente ilegal do governo golpista é revelado. Vazou a informação, pela própria imprensa burguesa, de que foi montado um gabinete especial, com a participação das Forças Armadas, da Polícia Federal, da Brigada Militar, da Polícia Rodoviária Federal e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin, antiga SNI, órgão de repressão da época da ditadura militar), para espionar e reprimir os militantes que desejam manifestar sua indignação no TRF-4, em Porto Alegre, durante o julgamento de Lula.

Assim como à época do impeachment, é possível que o Exército e a Abin já estejam monitorando as comunicações das lideranças de movimentos sociais pelo país, e também é quase certo que a PRF será usada para dificultar o transporte dos militantes que estão organizando caravanas para Porto Alegre.

Toda a região do Parque da Harmonia, que fica em frente à sede do tribunal, será bloqueada e o acesso ao local será restrito. Por enquanto, a operação será executada pelas policias, à contragosto do prefeito coxinha de Porto Alegre, Nelson Marchezan (PSDB), que havia pedido o envio de tropas do Exército para a cidade na semana do julgamento.

O discurso predominante dos direitistas é o de “evitar a violência e respeitar a lei”. Seria curioso entender qual lei seria essa, já que nenhuma instituição do país parece ter o menor respeito pela Constituição de 1988 e até mesmo pelos princípios mais fundamentais do direito, como por exemplo a exigência de provas para se condenar alguém que está sendo acusado.

Se todas essas instituições estão assinando embaixo da espionagem de ativistas políticos pela Abin, em uma ação criminosa contra a própria população brasileira, não existe lei a ser respeitada. Fica claro que eles só querem um pretexto para reprimir o ato, se possível da maneira mais violenta possível.

O medo dos golpistas é tão grande que já é inclusive prevista a convocação de policiais de várias outras regiões do Rio Grande do Sul para a “ação de segurança”. Eles sabem que a insatisfação popular é enorme, e que o povo não irá aceitar mais esta farsa.

O ato do dia 24/1 será muito importante na luta contra o golpe. É preciso conscientizar todos os militantes de esquerda e todo o povo brasileiro que, apesar desse aparato repressivo gigantesco nas mãos dos golpistas, não devemos nos intimidar e comparecer em peso na porta do TRF-4, em Porto Alegre. É preciso fazer com que eles sintam medo do povo, e não o contrário.