Alckmin promete aos bancos: vamos entregar tudo no primeiro ano de mandato

Alckmin tem pressa para concluir a destruição econômica do País. É o que sinaliza o coordenador de seu programa econômico, Pérsio Árida, em entrevista ao Estadão (18/03). Segundo o economista, ainda em campanha, a equipe de Alckmin pretende contratar especialistas “para preparar normas, decretos, projetos de lei e de emenda constitucional. Esses documentos têm de estar prontos antes de Alckmin tomar posse.”

É evidente o desespero e a perplexidade por não terem conseguido entregar ao capital financeiro/ bancos/imperialismo tudo o que foi prometido após dois anos e meio de golpe. Nesse contexto, a campanha de Alckmin pede as “bençãos” dos patrocinadores do golpe prometendo agilidade. Conforme vem sendo denunciado, os golpistas buscam a “legitimidade de uma eleição presidencial” para impor sua agenda de destruição da economia nacional. O que justifica a pressa é a necessidade de aprovar medidas altamente impopulares. Essa técnica garantiu ao Temer, por exemplo, a aprovação da PEC do teto, da reestruturação do Ensino Médio e da reforma trabalhista.

Enquanto parte da esquerda insiste na via eleitoral (totalmente bloqueada pelos golpistas) e deixa o mais importante de lado (a luta contra o golpe e a fraude do processo do Triplex), os golpistas avançam e prometem “aprovar as reformas da Previdência e tributária. As privatizações têm de começar no primeiro dia. Tem de aproveitar essa janela.”

A estratégia para alavancar a candidatura de Alckmin é justamente dizer o óbvio, sem subterfúgios: a solução, para os senhores do golpe, é entregar tudo muito rápido e de uma só vez.

Uma esquerda eleitoral que não luta contra o golpe e aposta em eleições totalmente controladas pelos golpistas pavimenta o caminho para candidatura de Alckmin e o avanço de suas pretensões. A resistência contra o golpe, contra a prisão de Lula e a mobilização popular é a saída que frustrará os planos dos golpistas. A organização da luta e a agitação política contra o golpe é o caminho para vencer o cinismo dos golpistas que sequer disfarçam suas intenções.