Água brasileira corre risco de ser privatizada

O Fórum Alternativo Mundial da Água (FAMA) contrapõe-se ao Fórum Mundial da Água (FMA), alertando para o perigo da privatização dos mananciais hídricos brasileiros. “Por que fazer o Fórum Mundial aqui no Brasil, neste momento em que está aumentando tanto a questão das privatizações no nosso país?, questiona o representante do Movimento dos Pequenos Agricultores, Bruno Pilon, que também é um dos coordenadores do FAMA.

“A gente sabe que é o governo estadual, municipal, federal, quem paga e financia o Fórum das Corporações e nós não temos acesso a isso [ao financiamento público]  Nós acreditamos que a falta de transparência, priorização e a perspectiva, inclusive de utilizar a força física, a força bélica para impedir o debate democrático do Fórum Alternativo é muito grave”, lamenta Thiago Dávila, representante da Frente Povo Sem Medo. Além de tudo isso, o FMA será um evento pago, reduzindo a acessibilidade a grandes movimentos sociais.

Enquanto o governo financia o evento corporativo FMA, ameaça o FAMA. Isso é democrático? Nesse contexto, é possivel entender o porque de o coordenador temático do FMA, Jorge Werneck, “considerar um equívoco o FAMA adotar como uma de suas principais bandeiras ser contrário à privatização da água”, dizendo que só o “serviço” e não o “bem público”, por lei, é passivel de privatização. Ele lembra que no Brasil, por lei, a água é um bem público e dotado de valor econômico.  Chegando a afirmar que “Como bem público, sua privatização [da água] é impossível”.

Impossível?

Sabe-se muito bem que, por lei, o fichamento de população cidadã é “impossível”,” inconstitucional”, “fere direitos básicos fundamentais do cidadão brasileiro”. E, pela prática, sabe-se que é sim, “muitíssimo possível”: como de fato está ocorrendo com a população pobre do Rio de Janeiro.

Logo, dentro desse estado golpista, confiar na lei ainda é possível? Claro que não. O estado burguês está recrudescendo suas forças contra a população a fim de realizar o programa imperialista de exploração e exportação máxima dos recursos nacionais. A água não é exceção. Por isso, é preciso que a força popular impere.

O FAMA (dos dias 19 a 22 de março) ocorrerá simultaneamente ao FMA  (18 a 23 de março), ambos em Brasília.